segunda-feira, 26 de abril de 2021

domingo, 28 de junho de 2020

Homens. Masculinidades. Sexualidade. (Parte 1)



A sociedade passa-nos a ideia de que ser um “homem de verdade” está associada à força, dominação, virilidade, auto-controlo, tolerância à dor, etc. São esses e mais conceitos que são transferidos para o campo das relações afectivas e sexuais também. Isso faz com que vivenciemos a masculinidade de uma forma hermética e rígida.

O homem muitas vezes acredita que não pode ser sensível, algo que se revela uma armadilha, já que ser sensível significa capacidade de sentir e é o que precisamos para sentir prazer, entre outras coisas.
Frequentemente acreditamos que como homens, temos de ter sempre iniciativa quando se trata de se envolver tanto romântica como sexualmente com os outros. Aprendemos que se não formos caçadores e não conquistarmos, não somos homens suficientes. A própria palavra conquistar, já pressupõe algum tipo de dominação ou subjugação do outro, geralmente sobre, mas não limitado a, uma mulher. Isso passa uma ideia errada de que ser “homem de verdade” é conquistar e dominar.


Sempre que escravizamos, tornámo-nos escravos das nossas acções e decisões. Por conta de ser ideias de masculinidade ligadas à opressão própria e de outrem, que portanto faz mal a todos, vou utilizar o termo cada vez mais conhecido: masculinidade tóxica.

O que à partida parece ser um desafio agradável ou uma aventura, acaba por tornar-se uma grande pressão sobre os homens para provar a sua masculinidade, mesmo para quem não se identifica com a ideia de dominar. A ironia é que achamos que ser hipermasculinizados nos torna forte, mas a verdade é que nos sentimos constantemente impelidos a defender a nossa masculinidade. Por que é que algo tão forte precisa ser constantemente protegido?

No campo da sexualidade, aprendemos desde cedo que a única forma correcta e aceitável de um homem viver a sua sexualidade é ser heterossexual e de preferência hipermasculinizado, que é ao mesmo tempo um conquistador por excelência e que está sempre pronto para o sexo com várias mulheres ou pelo menos com o máximo de mulheres possível.

Neste contexto, o sexo entende-se como e reduz-se à penetração vaginal ou anal com o pénis sempre erecto e de preferência durando o máximo de tempo possível. Isso representa uma pressão muito grande sobre os homens, que começam a acreditar que são inferiores a outros ou que têm algum problema sério caso não se enquadrem nas seguintes características:

·      *  Um pénis grande e grosso – muitos homens têm uma ideia distorcida do tamanho do próprio pénis e muitos consideram-no demasiado curto, mesmo sem terem bases reais de comparação;
·   *  Vontade de ter sexo o tempo todo;
·   * Vontade de conquistar várias mulheres, especialmente as que são consideradas atraentes
·   * Erecção contínua ao mínimo estímulo ou durante qualquer contacto sexual
·   *  Desejo sexual elevado, de um modo geral
·  *  Ser heterossexual, ou seja, atrair-se pelo sexo oposto
·  *  Capacidade de satisfazer sexualmente a parceira ou parceiro
·  *  Gosto por pornografia
·   *  Etc

Por outro, os homens pensam geralmente que têm algum problema se uma ou mais das afirmações seguintes constitui a verdade:
·     * Se têm um impulso sexual baixo
·     *  Se sofrem de alguma disfunção sexual, tais como, ejaculação precoce ou disfunção eréctil
·     *  Se sentem atracção física por outros homens, homens e mulheres ou por nenhum dos géneros
·    * Ou se de alguma forma não vão de encontro ao que aprenderam na família, com os amigos ou na sociedade no geral.

Algumas consequências da masculinidade tóxica para os homens
* *   Sentimentos de desajuste em relação às expectativas próprias e as dos outros. Sentir-se longe de ser o homem ideal;
· *   Nervosismo durante a relação sexual, o que causa ou agrava questões como a ejaculação precoce e outras disfunções, visto que muitas delas podem ter origem mental ou emocional e não necessariamente fisiológica.
·  *  Auto-cobrança e cobrança aos outros homens para se encaixarem em ideias artificiais;
·  *  Medo de comunicar quando têm dúvidas ou inseguranças sobre o campo sexual
·   *  Medo de não ser considerado homem por parte dos outros homens e até das mulheres
· * Por tudo isso, é comum haver sentimentos de solidão, ansiedade, depressão, insegurança, alienação, revolta, auto-rejeição, etc.

    Para evitar isso é preciso haver um (re)educação sobre masculinidades e sexualidade. Desse modo, o homem pode tornar-se dono de si mesmo e não refém do seu corpo, mente e emoções.


s   (continuará)

  Luís Paulo (Akshar)
  Instagram: @akshar_tantra
  Youtube e Facebook: Anand Akshar
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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020


Desmistificando o Tantra

Se eu tentasse descrever o Tantra, começaria por dizer que é algo que não cabe numa descrição ou definição. O Tantra é o que está antes e depois das palavras: as vivências em si, ou melhor, a vida em si. No meu ponto de vista Tantra não é um sistema nem um modo de ideias e pensamentos, mas sim um modo de viver. Não é teoria, mas sim prática.

O Tantra existe há milénios e está a ganhar novamente mais espaço e aceitação pelas pessoas como caminho e abordagem. As práticas actuais de Tantra são conhecidas por alguns como neo-tantra.
As pessoas associam o Tantra ao sexo com frequência, porque o Tantra é uma das únicas abordagens espirituais que encaram a vida com naturalidade e tudo que dela faz parte. O sexo não é, portanto, uma excepção, visto especialmente que é o que dá origem à vida. No Tantra não há divisão entre o sagrado e o profano.

O corpo é tão sagrado quanto o espírito e a escuridão tão necessária quanto a luz. É nas aparentes dualidades que se encontra a unicidade, o uno, o indivisível. Por esse motivo, o Tantra não é per se pró-sexo, da mesma maneira que não é contra o sexo. É simplesmente afirmador da vida em toda a sua inteireza.

O Tantra baseia-se na consciência, aceitação e no amor. E que não se confunda consciência com moralidade, aceitação com resignação e nem amor como romance. Aqui fala-se de consciência pura e plena, aceitação da realidade como ela é e não como gostaríamos que fosse e amor como energia e qualidade superior que cura e nutre tudo e todos.

No meu ponto de vista, tudo que é feito com esses três preceitos é tântrico. Mais do que “o quê?”, a pergunta seria “como”. Não é a acção em si que é certa ou errada, mas sim a forma como ela é feita que faz toda a diferença. Portanto, o acto sexual pode ser tântrico, mas também pode ser tântrico o acto de limpar a casa ou realizar qualquer outra tarefa.

Porque então viver com consciência, aceitação e amor? A consciência permite-nos viver intencionalmente e responder às situações da vida com inteligência à medida que elas vão se apresentando. A aceitação verdadeira e positiva da vida não é o mesmo que resignar-se em impotência, mas sim entrar voluntariamente em uníssono com o fluxo da vida e o amor é, em última instância, tudo o que buscamos sob diversas formas.

A partir daí vemos que o Tantra não é uma mera ferramenta para proporcionar melhor desempenho sexual, mas sim a arte de transformar qualquer acto em algo sagrado e de nos curar e nos tornar íntegros, tendo em vista que só através do amor e da aceitação podemos acolher as partes de nós que julgamos, rejeitamos ou condenamos.

Aprendemos na sociedade que partes de nós são menos dignas, vergonhosas ou problemáticas, quando na verdade nós somos a combinação de todos os elementos que nos compõem. Com o Tantra temos a chance de reintegramos o que está disperso e ferido em nós; a chance de sermos nós mesmos e nos amarmos por isso.

L.P. Akshar Almeida

Youtube: Anand Akshar
Instagram: @akshar_tantra


domingo, 21 de abril de 2019

Se eu te contasse, não acreditarias



Se eu te contassem não acreditarias...

Eu gostaria de te contar algo sobre ti mesm@, mas provavelmente se eu te contasse não acreditarias.

Se eu te dissesse que dentro de ti há um poço infinito de energia, de amor, de alegria e de compaixão, provavelmente não acreditarias em mim.

Provavelmente dirias que dentro de ti não há mais do que ossos e sangue e músculos e se calhar alguns órgãos. Provavelmente dirias que estou maluco, ou que é algo imaginário, infantil ou ainda fantasioso.


Se eu te contasse que dentro de ti há uma fonte infinita de energia, que as coisas que tu podes experimentar dentro de ti são muito maiores do que alguma vez poderias sonhar, do que alguma vez poderias descobrir no mundo externo, provavelmente discutiríamos sem fim.

Provavelmente estarias tão decidid@ a contestar aquilo que eu contaria, que não te darias a chance de olhar para dentro e de experimentar esta felicidade, esta paz, este amor que está a todo o custo a tentar brotar de dentro de ti, para que pudesses sentir isso a todo o momento e para que pudesses partilhar com os outros.

Se eu te contasse que és o teu melhor inimigo e o teu pior amigo e que podes ser o teu melhor amigo e pior inimigo, provavelmente não acreditarias em mim porque tu achas que o amor só pode vir de fora. Dos teus pais, dos teus filhos, dos teus amigos, dos teus irmãos, do teu namorado ou namorada e esqueces que tu também és filho ou pai ou irmão ou irmã ou namorado ou namorada e que nesse caso, também podes dar esse amor que tu também sentes a ti mesm@, e és o teu pior inimigo porque és a pessoa que mais te condena, mais cobra de ti, a pessoa que mais critica e julga e que mais te quer mudar e quer deixar de ser quem és.

Se eu te dissesse que a responsabilidade das tuas decisões é tua e que aquilo que te acontece é produto daquilo que tu própri@ crias e atrais, provavelmente não acreditarias em mim e dirias que eu não consigo perceber a tua dor e que eu não vivi aquilo que tu viveste; que na verdade a culpa não é tua, mas sim dos outros, se eu te dissesse que tens o poder de mudar a forma como tu interpretas os eventos a todo o momento, provavelmente não acreditarias em mim.

Se eu te dissesse que estás a um passo da tua maior alegria, do teu maior amor, daquilo que não pode ser destruído, tu não acreditarias em mim e é por isso que eu não te digo, e é por isso que eu te deixo continuar a pensar o que tu pensas que te faz bem, porque se eu te dissesse outra coisa, não acreditarias em mim.


LP Akshar Almeida
Insta: @akshar_tantra

segunda-feira, 17 de setembro de 2018


Descobrindo que sou fogo!

E o fogo tem o calor e a paixão necessárias para dar conforto e vida. Aquece quem precisa de calor e ilumina quem está no escuro.


É óbvio que incomoda quem quer permanecer no escuro e quem prefere reclamar do frio.
Podes usá-lo para aqueceres a tua água, comida e até o teu coração, mas se quiseres brincar mal com o fogo ou desafiar a sua força, qualquer criança que já tenha se aproximado de um fogão acesso, diz-te o que acontece.

O fogo tem uma aparência bela e inocente, até um magnetismo inexplicável, mas a sua intensidade é na proporção que tu mereces.

Então, não confundas a aparência aparentemente inofensiva do fogo com a incapacidade de queimar. Aproveita, em vez disso, o fogo para purificares as tuas impurezas e iluminares os teus cantos escuros.

O fogo é símbolo de elevação. Se te aproximares no espírito certo, é provável que tenhas melhores resultados.

Aprendendo que o poder criador e destruidor são ambos e importantes e complementares.

quinta-feira, 29 de março de 2018

Dá Ouvidos ao Chamamento

O chamamento está aí. Aí onde tu estás.
O chamamento está aqui. Tu estás aqui.
A tua mente pode estar no passado ou no futuro,
Mas tu – o ser – estás aqui e agora.

O chamamento vem através do teu coração,
Nos momentos de silêncio e espontaneidade.
Vem através das pessoas que cruzam o teu caminho
Que vão te trazendo sorrisos e lágrimas.
Vem através dos livros, músicas, amigos e ancestrais,
Vem em tempos de paz e vem em temporais.

O chamamento não chega a chegar e nem acaba por findar,
Porque é o que tu és. Só não o consegues ver, ouvir e nem sentir,
Porque estás preocupado com tudo menos a tua essência.
Acreditas cegamente que sempre te podes adiar.

O chamamento diz: acorda, mas tu pensas “eu já sei tudo o que preciso”.
O chamamento roga: desperta, mas tu sentes que não consegues.
O chamamento grita: é hora, mas tu dizes que ainda precisas de te realizar,
Esquecendo que ele te chama para a tua própria realização.

Tudo o que desejas é o que não tem nome, mas o substituis por coisas nomináveis,
Que no fundo sabes que não te trarão a paz que procuras.
O dinheiro, as posses e o reconhecimento alheio são tentativas lastimáveis
E substitutos inadequados daquilo que é na verdade teu, porque é na verdade TU.

O chamamento aparece em forma de uma música que te toca, ou duma voz que te inspira,
Que no fundo não passa de um reflexo da tua voz interior, que aprendeste tão bem a abafar.
Não é à toa que passas os dias em ansiedade, desespero, angústia e ira,
Quando és dono(a) de um tesouro sem preço que podes vender e dar.

O chamamento pede: chega perto, mas tu pensas que sempre terás tempo amanhã,
Quando o amanhã é criado por ti, diferente da vida que vai se esvaindo pelos teus dedos
A cada batida do teu coração, coração esse que te tenta contar os segredos mais profundos
Da existência, mas cuja língua desaprendeste de falar por conta dos teus medos.

O chamamento lembra: o tempo é este e o espaço também.
O sonho pode estar a embalar-te ou o pesadelo a assustar-te,
Em todo o caso, a realidade para a qual vais despertar se ouvires ao chamamento,
Vai te preencher daquilo que mais procuras, para que possas, por tua vez,
passar a chama do chamamento além, o que aquecerá os corações perdidos no tempo.

O chamamento é infinito e imparável, ele continuará a espreitar em cada sorriso que vires,
Em cada olhar penetrante que te aparecer e em cada gesto de amor que testemunhares.

O chamamento clama por ti. Ouve a tua voz interior!

Escrito por: LP Akshar Almeida
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domingo, 30 de julho de 2017

Perdoa(-te)!




Perdoa-o por não ter estado presente.
Perdoa-a por ter sido negligente.
Perdoa-o por ter agido de forma inconsciente.
Perdoa-a por não ter dito coisas diferentes.

Perdoa-os pela maldade, pois não sabiam o que faziam
Perdoa-as pela exclusão e por tudo que não te permitiram
Perdoa-os por se terem afastado sem explicações
Perdoa-as por terem crescido sem hesitações

Perdoa-o por não sentir o mesmo que tu
Perdoa-a pelas falhas e perdoa-a por tudo

Por favor, perdoa-os porque o SEU perdão é o TEU perdão
Acima de tudo perdoa-Te porque o Teu perdão é para o Teu coração
Perdoa-te por esperares dos outros o que não te podem dar
Perdoa-te por exigires de ti o que não podes aguentar

Perdoa-te sem reservas e sem demora
Perdoa-te por sentires vergonha de não perdoares
Perdoa-te porque a mágoa tem de ir embora
Perdoa-te, pois tens que perdoar para te doares

Perdoa a todos que não te entendem
Eles só conseguem o que conseguem
Perdoa a todos que não te apoiam
Eles incentivam-te a descobrires a tua força
Perdoa-os porque eles são TU e perdoa-te por esqueceres disso.
Perdoa-te porque é com o Amor que deves ter compromisso.
Perdoa-os, perdoa-me, perdoa-te!
Perdoa-os porque precisam
Perdoa-me por te pedires que perdoes
Perdoa-te por nem sempre perdoar.

O perdão vai te libertar-te e curar.


(LP Akshar Almeida)

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